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Esse roteiro pelo litoral sul de São Paulo, tem como objetivo conhecer Iguape, percorrer as areias de Ilha Comprida até Cananéia e voltar.

Um roteiro para ser feito em dois dias, com calma e aproveitando cada quilômetro com segurança e algumas surpresas como tive o prazer de vivenciar.

Como o objetivo não é explorar um único lugar e sim um roteiro, alguns pontos são interessantes de visitar!

 

Iguape:

Fundada em 1538 tem o centro da cidade com seus casarios antigos e reformados, a igreja e a vista do  Mirante do Cristo (perto do pedágio)

Ilha Comprida:

O grande atrativo e surpresas estão no percurso pela praia. No lado oposto da praia existem dunas, trilhas, riachos, bares, pousadas, enfim, tem que ser feito tranquilamente.

Cananéia:

A cidade, já presente em algumas matérias de Moto Adventure, é muito bem cuidada e muito simpática. Muito bem conservado, o centro tem várias opções de bares, lojas e pousadas, além da beleza da arquitetura do séc. XVIII e XIX. Destaque para a Igreja construída em 1577.

 

Um roteiro mais tranquilo na ida

A partir de São Paulo, somando ida e volta, serão aproximadamente 600km divididos em pista dupla, simples, estrada de terra e 30km aproximadamente, pela praia.

Saindo de São Paulo pela Rodovia dos Imigrantes, ao final, siga para Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém,Você estará na Rod. padre Manoel da Nóbrega. Depois de Mongaguá, a próxima cidade será Peruíbe. Até aqui a estrada corre paralela ao mar, a partir de Peruíbe  serão mais 40km até a BR-116, que liga São Paulo a Curitiba. Entrando na BR-116 no sentido de Curitiba, serão apenas 18km até a saída 401 para Iguape, Juréia e Ilha Comprida e depois, em pista simples, mais 55km até Iguape.

De Iguape a Ilha Comprida é só atravessar a ponte (pedagiada) e seguir. Ao final entre a direita na Av. Marginal Candapui Sul e esquerda na Av. São Paulo, ela acaba na Av. Beira Mar. Entre a direita e siga por mais 18km com muitas lombadas e, no final estará em estrada de terra. Depois de entrar na terra, escolha um dos vários acessos a esquerda que te colocará na areia da praia e siga para direita direto, serão 30km de praia até encontrar uma placa informando que tem que sair da praia. Saia e siga pela estrada de terra direto até a balsa que leva para Cananéia (não paga), são aproximadamente 4km de boa estrada.

A volta

O caminho de volta pode ser via Rod. Régis Bittencourt (BR-116) ou o mesmo caminho da vinda. A diferença é o movimento de caminhões intenso na Régis ou o movimento de carros pelo litoral. As distâncias se equivalem.

Os 30km de praia

No trecho pela areia da praia, alguns cuidados devem ser tomados como saber o horário da maré cheia, pois corre-se o risco de não conseguir passar com a maré muito alta. Na dúvida, em Ilha Comprida você passará em frente a um posto do Corpo de Bombeiros que podem informar a respeito. Em menos de 5 minutos eles te dão essa informação.

Esse trecho de praia é usado normalmente como uma estrada, apesar de ter banhistas, ciclistas e outros veículos em ambos os sentidos. O agravante é que não existem placas e muitos abusam da velocidade, siga com cuidado pela parte mais “dura” da areia pois, se entrar na areia “fofa” a pilotagem se torna mais difícil. Em alguns momentos “surgem” pontos com areia, riachos, animais mortos, muitos galhos e troncos pelo caminho, vá devagar para aproveitar o momento com segurança.

A Supresa

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Nos 30km de praia, além de muitos troncos e objetos trazidos pela maré, vi muitos Pinguins, Focas e uma Tartaruga imensa, todos mortos…

Para minha surpresa, no final do trecho de praia, avistei alguma coisa na praia, que julguei ser mais uma foca. Para minha surpresa, ao chegar perto vi que era um filhote de baleia Jubarte. Parei a moto perto de uma mulher que estava observando e perguntei se fazia tempo que estava ali, se estava viva….enfim…Realmente era difícil saber, as ondas mexiam o filhote e não sabia se era movimento voluntário ou das ondas. Fui ver de perto e vi que estava viva!

A uns cem metros atrás havia visto um casal. Peguei a moto, já que não me ouviam devido ao vento intenso, e fui até eles para pedir ajuda. Voltei, coloquei um shorts, tirei a botas e, nesse meio tempo chegaram mais pessoas. Falei com eles e senti eles meio conformados com a morte certa desse grande mamífero. Inconformado, disse a eles que ela poderia até morrer, mas não ali e daquele jeito. Enquanto tentava convencer as pessoas, o casal chegou e fui com o homem tentar movê-la, mas sem sucesso, ela era muito pesada. Estamos conversando em como fazer ela voltar a água e, quando menos esperava, chegaram mais dois, de calça e tudo para ajudar! Ficamos aproximadamente 30 minutos lutando para devolvê-la a águas mais fundas e conseguimos! Com a água pela cintura a acompanhei, pois parecia estar desorientada, até um pouco mais fundo e pronto! Ela voltou para o mar!

Além de cansada, ela tinha alguns ferimentos pelo corpo e cauda, mas ali, se dependesse de nós, ela não iria morrer!

Depois disso voltei a areia e foi muito legal o semblante das pessoas! Nós quatro que entramos na água, nos agradecíamos mutuamente e estávamos feliz! Uma felicidade fantástica que tive a oportunidade de vivenciar que levarei para a eternidade! Obrigado amigos desconhecidos! Vocês fizeram a diferença!

Dicas

No trecho de areia, vá devagar e com atenção, pois o movimento de pedestres, ciclistas e carros é grande nos finais de semana.

Ainda na praia, ao cruzar algum riacho, certifique-se que ele não está fundo

Abasteça em Ilha Comprida por segurança.

Ao parar a moto na praia, certifique-se de colocar uma superfície rígida par apoiar o descanso da moto, do contrário ele afundará e a moto cairá, tábuas não faltarão.

Reserve pousada antes, pois nos finais de semana a procura é grande.

Esse roteiro pode ser feito de carro também, mesmo sem ser 4×4.

Moto

Fiz esse roteiro com uma impressionante Yamaha Super Ténéré 1200. É uma moto que trás o DNA aventureiro desde 1988 quando surgiram as primeiras Ténérés 600. Mais de 20 anos depois, ela está muito mais completa, com freios ABS, controle de tração, pilotagem standar e esportiva, suspensão invertida, computador de bordo, enfim, perfeita!

A mudança do modo de pilotagem é muito bem vinda nas ultrapassagens, dando uma respostas mais forte e mais rápida. O controle de tração passa mais segurança, mas na areia foi desligado para ficar mai OFF. Mesmo com pneus originais, mais voltado para o ON Road, o percurso na terra e areia foram tranquilos.

O consumo, dentro dos limites de velocidade das estradas foi bem satisfatório, chegando a 19km/l, mais econômicas que as primeiras Ténérés, com a metade das cilindradas.

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4 Comments

  1. Moura
     – 

    Parceiro!

    Qual o nível Off-road do trajeto? Pergunto pois quero fazer esse mesmo trajeto, porem piloto uma Custom, já fiz alguns trajetos “Off road” e sei que elas não nasceram pra isso, mas com calma e dependendo do lugar elas vão! O que me diz?

    Abraços!!!!

    • Trinity
       – 

      Paulo, seguinte, pergunta delicada mas, vou responder: Se eu tivesse uma Custom, eu iria, mas não sózinho. A grande dificuldade é em relação a areia, que vc tem que escolher bem o horário para não pegar a maré cheia, converse com os Bombeiros que estão no caminho (vc irá passar pelo posto deles) para ver o melhor horário de atravessar. A custom tem dois problemas no meu ponto de vista para esse trajeto, é muito baixa e não vai conseguir andar rápido, mas, com calma e paciência, eu iria. Você vai sentir no local que, o melhor lugar para andar é no final da parte “molhada”, fora da água e da areia fofa. O resto é estrada de terra que dá para ir tranquilamente. Quando vc pretende ir? Se for, me conte como foi e tire fotos! Gostaria de ver! Abraços e o espírito é esse!!

  2. Obrigado pelo Site e dicas colega. Pretendo seguir os seus conselhos neste FDS. Parabéns pelo envolvimento com a Baleia . Deve ter sido muito gratificante.

    • Trinity
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      Opa! Desculpe a demora!! Eu que agradeço a participação!! Como foi ? Fez o percurso? Abraço e vamos salvar o que pudermos!

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