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Royal Enfield

A Royal chegou no Brasil sob olhares no mínimo curiosos sobre os modelos “retrôs” da marca, mas, aos poucos foram cativando e conquistando a simpatia de uma faixa do mercado com suas simpáticas motocicletas

Em 2019 veio o tão esperado lançamento da Himalayan, uma moto feita praticamente do zero que, antes de chegar no Brasil, já rodava desde 2016 no mercado interno da India.

Pois bem, ela chegou e causou! Com um apelo de “moto que aguenta tudo”, seu visual é diferente de tudo que existe no nosso mercado e vai no sentido da simplicidade e robustez. Nada daquelas linhas futurísticas, ela é bruta, e ponto!

Mesmo assim, a proposta dessa motocicleta é bem interessante: Fácil de conduzir, motor forte e super amigável, mecânica simples, econômica e confiável, ou seja, uma moto que encaixa muito bem para os novos motociclistas do mercado pela facilidade e, desafia os mais experientes a desacelerar e ir para uma estradinha de terra relaxar um pouco.

As novidades

O que mudou do primeiro modelo que desembarcou por aqui para esse modelo 2021 foram:

1- Possibilidade de desligar o ABS só na roda traseira através de um botão no painel. Essa melhoria garante maior segurança quando estiver no fora de estrada por poder travar a roda traseira.

2- Pisca alerta

3- O descanso lateral ficou mais curto, fazendo com que a moto fique mais inclinada quando parada. O modelo anterior a deixava muito “em pé” e os donos preocupados.

4- Três novas cores ( lindas por sinal): Lake Blue, Rock Red e, a que usei no teste, Gravel Gray

5- O protetor do escapamento perto do pedal de freio está diferente também, um pouco menor, evitando o contato com o pedal de freio.

1,2,3…testando…

Recebi a moto com 11km marcando no odômetro, ou seja, zerada! Rodei praticamente 100km dentro da cidade de São Paulo justamente para saber como se comportaria na nossa realidade e não me surpreendi, pois já havia me surpreendido um ano antes, mas, foi bom relembrar a sensação agradável de andar de Himalayan.  Como é? É assim ó…

Imagina uma moto simples, super fácil de pilotar, confortável, que não te deixa tenso em parar no semáforo, que o motoboy, antes de buzinar, fica tentando descobrir que moto é, o piloto não se preocupa com irregularidades, buracos, valetas, afinal, está com uma moto bruta e ainda por cima, a todo momento recebe elogios. Ah, além disso, depois de uns 70km rodados já comecei a desconfiar…o marcador de combustível quase não mexeu…fui rodando e, antes de pegar estrada, com 104,2km parei para abastecer. Foram exatos 3,7 litros de gasolina, ou seja, fez 28,1km/litro na cidade. Bom né?

O painel está muito legal também. Completo, com informações digitais e analógicas ainda conta com uma bússola, apesar de inútil para os dependentes de GPS e Waze, me agrada e ajuda bastante quando me aventuro por estradas de terra desconhecidas.

Entrei na rodovia dos Bandeirantes de tanque cheio, tranquilão, para rodar 200km até meu próximo destino.

Eu já ando devagar naturalmente, então a velocidade de cruzeiro de 120km/h para mim está bom demais, e a moto vai tranquila. Como são 5 marchas, a faixa de giro vai lá pra cima, o que não é problema nenhum mas, eu prefiro rodar com motor mais folgado, mais tranquilo. Mesmo assim continuei para ver o que acontecia com o consumo. Na verdade eu já sabia que ele cairia e não fiquei surpreso, natural.

A velocidade gostosa dela para mim, fica nos 100km/hora, afinal, não é um moto para andar rápido, mas, por outro lado, ela é muito firme, gostosa de fazer curva, não perde velocidade nas subidas e muito confortável.

A posição de pilotagem é muito agradável, a altura do para-brisas é boa, posição do guidão e comandos enfim, não precisa mexer em nada, ou melhor, para mim, achei a espuma do banco muito macia, poderia ser mais rígida.

Não tinha como ficar sem um off-road com ela, por isso, testei tudo, mais do que havia testado na versão anterior! Passei na areia, no rípio, na brita, água, subi barranco, desci barranco, travei freio traseiro, “juntei” no freio dianteiro, enfim, usei e abusei da motoca e, quanto mais tempo passava, mais ficava a vontade e convencido que é uma ótima opção!

Rodei uns 50 km de estradas de terra e realmente a moto é bem legal. A posição de pilotagem no Off (em pé) é bem confortável para meu 1,80m, o que facilita bastante e desgasta pouco. A força do motor em baixa também é um ponto bem agradável. Lembrando, não é uma moto de off road, é uma moto de passeio que enfrenta de boa um Off Road.

As informações da moto são as seguintes: essa moto é refrigeração liquida, comando de válvulas  SOHC , tem 411cc , 24,5cv de potência e torque de 3.2kgf.m.

Aros 17 na traseira e 21 na dianteira  junto com os pneus Pirelli MT 60 ajudam no conforto e também no off road.

O assento está a 800mm do solo, o que se mostrou confortável para mim e a distância do solo, mais que suficiente e seguro para rodar por aí!

Resumindo, é uma moto bem interessante para usar na cidade e, desde que não tenha pressa, na estrada também. Ela não foi criada para ser rápida e tecnológica, por isso não crie falsas expectativas, ela é fácil e agradável de conduzir, não é visada, pouco plástico, econômica e com custo benefício atrativo, fato!

Um outro detalhe é que devido a sua proteção de ferro nas laterais, com um pouco de imaginação e alguns acessórios ela fica com uma cara bem mais aventureira, além obviamente de ser útil. Já via algumas carregando galão de gasolina reserva , bolsa de ferramentas, câmara de ar, corda, enfim, tudo fixado nessa armação, ou seja, ocupando menos espaços tradicionais. Sem contar que existem baús e alforges laterais para ela também…fica bem legal, dá vontade de pegar estrada!

Então vamos lá: Quer uma moto que não chame a atenção “dos mano” , com seguro que não custe uma fortuna, confortável e fácil de pilotar na cidade, estrada e terra,  manutenção simples e sem aquele monte de eletrônica, econômica  e que dê um ar de exclusividade….tá aí….

Se for fazer um teste com ela, primeiro jogue fora os conceitos e impressões das motos atuais e não compare “alhos com bugalhos”, vai facilitar para ter uma opinião mais justa.

Eu gostei bastante!_B7A3352

 

 

Texto: Trinity Ronzella

Fotos: Trinity Ronzella e Vinícios Ferraz

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Trinity Ronzella

14 anos fotografando e escrevendo para a Revista Moto Adventure Editor do Moto.com.br Freelancer na Revista Motociclismo Instrutor de Pilotagem Off Road

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