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A apenas 130 km de São Paulo, um lugar especial para conhecer!

Nós que andamos de moto com certa frequência, quando estamos algum tempo sem andar ou ainda, com uma carga de stress acima do “confortável”, nosso remédio é vestir o capacete, sentar na moto e rodar por algum tempo.

Esse tempo é muito relativo, mas um dia bem aproveitado, independente da quilometragem, faz toda diferença. Pensando nisso, segue abaixo uma dica super legal de roteiro.

Com uma XRE 190, fiz esse roteiro tranquilamente. Consumo: 41,6km/l! Foto: Rosa Freitag

Destino

Para quem mora na cidade de São Paulo e redondezas, existem várias opções de destino, essa é mais uma delas, porém, talvez não seja tão conhecida. Nesse caso, não esqueça de levar um calção de banho e uma toalha, pois irá voltar revigorado totalmente, tamanha a beleza do lugar.

A aproximados 130 quilômetros da capital paulista, especificamente na cidade de Itanhaém, esse local está do lado oposto ao mar, no sentido das montanhas.

Ela está no meio da Serra do Mar!

Sobre a cidade

Itanhaém é a segunda cidade mais antiga do Brasil, foi fundada em 1532 pelo português  Martim Afonso de Souza.

Na época, a população indígena da região praticava o canibalismo como forma de afirmar potência sobre os inimigos, prática essa que acabou com a catequese dos brancos.

Em seguida vieram as divisões de terras  para colonização, sem considerar as terras indígenas. A terra passou a ser alvo de disputa e o trabalho indígena, praticamente obrigatório, foi o início da escravidão. 

Foto: Divulgação

Com isso, os povos indígenas fogem para o interior para escapar do trabalho escravo, e a relação com os colonizadores muda de comercial para inimigos de guerra.

Cachoeira Três Quedas

Localizada dentro do Parque Estadual Serra do Mar, núcleo Curucutu, recebeu recentemente uma estrutura muito bem montada de passarelas de madeira, e um monitor presente na entrada orientando os turistas. Tem local para estacionar carro e moto, e a trilha é curta, não exigindo ser atleta.

Estacione a moto, pegue sua mochila que  prudentemente deve conter  uma garrafa d’água e roupa de banho. O monitor local irá anotar seu nome antes de começar a caminhada, dará as orientações pertinentes e,  em apenas 5 minutos caminhando na passarela, já estará na primeira cachoeira! Se resistir a tentação de tomar um banho, tire umas fotos e siga em frente, tem coisa boa mais a frente.

Seguindo para as próximas cachoeiras, já não teremos mais passarelas de madeira, agora é trilha leve. Começamos com uma “escada” escavada na terra com apoio de madeira, bem montada, sem dificuldades. Em alguns pontos, placas de madeira para caminhar evitam o pisoteio da vegetação nativa. Um córrego para atravessar faz parte desse segundo trecho de caminhada, se tiver cuidado consegue não molhar os pés.

A vegetação é abundante com árvores altas. Samambaias e bromélias, são algumas das espécies que se sobressaem as margens das trilhas, uma vegetação densa que insiste em não deixar a luz do sol passar. 

Visual da primeira cachoeira, ótimo ponto para banho! Foto: Trinity Ronzela 2023

Fique tranquilo, se és sedentário, vai conseguir chegar tranquilamente, até porque, são 10 minutinhos caminhando para chegar ao deck em frente a cachoeira.

Essa foto foi tirada do decô, a trilha continua a esquerda. Dá para ver o corrimão, a esquerda no alto da foto. Tire a foto e siga para lá.
Foto: Trinity Ronzella 2023

Passe pelo deck e suba o restinho da trilha até se deparar com o acesso para tomar um banho. Ache um canto para deixar seus pertences e entre na água cristalina da cachoeira. O celular só lhe será últil para registrar com fotos e vídeos pois, sinal por ali, ainda bem que não tem! É para desconectar com um mundo e conectar-se com outro. Sem aquela necessidade de postar nas mídias sociais uma foto para matar os amigos de inveja. Deixe isso para hora do almoço!

Esse é o ponto final da trilha. Lugar tranquilo para se refrescar! Dá para sentar embaixo da cachoeira. Foto: Trinity Ronzela 2023

Fique o tempo que achar necessário mas, não esqueça que, cachoeira da fome! E muita! Por isso, já se programe para chegar cedo e, por volta da hora do almoço, antes de subir a serra, vale a pena dar uma passada no centro da cidade de Itanhaém e porque não, comer um peixinho olhando o mar.

Essa é a estrada de terra que leva a cachoeira. Toda cascalhada, motos mais baixas
conseguem chegar também, só ter mais cuidado. Foto: Rosa Freitag

Itanhaém

Essa cidade conta com vários atrativos que, após o almoço, se for objetivo, com 1h30 a 2h, você consegue conhecer. Fica a dica:

Saindo da cachoeira, seu destino será o restaurante Tia Lena Prainha, ele está de frente para a praia e com um visual relaxante. A poucos metros dele, caminhando,  estará a estátua Mulheres de Areia que, com a praia e uma ilhota no fundo, rende uma foto bem legal.

Saindo de lá, é tudo perto (algo em torno de 5 minutos de moto), o próximo destino será  o Morro do Paranambuco. Ele nos dá uma vista maravilhosa da costeira. Mas não se contente em parar e fotografar apenas, vá com a moto para os dois cantos, ou  caminhando, é bem pertinho e o visual… exuberante.

A próxima parada é a Passarela de Anchieta, do lado! Ali estão o letreiro tradicional da cidade para fotos, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e, obviamente, a Passarela de Anchieta. Ela é curta e percorre a costeira até chegar a “Cama de Anchieta”. Uma pedra localizada poucos metros depois que acaba a passarela, que te convida a sentar e apreciar a paisagem escutando o som das ondas encontrando as rochas. Não deixe de ir!

Essa é a “Cama de Anchieta”. Foto: Rosa Freitag

Feito isso, agora vamos ao centro histórico da cidade que, além da Igreja Matriz de Sant’anna  que data de 1654 e passou por algumas reformas obviamente, em frente a ela está outro prédio histórico interessante: A Casa de Câmara e Cadeia. Isso mesmo, os dois são juntos! Em baixo fica a cadeia e, na parte de cima, a Casa de  Câmara. Hoje é o Museu  Conceição de Itanhaém, aberto a visitação.

Pronto, para fechar com chave de ouro, atravesse a rua e, na esquina, está a Cafeteria Colibri, uma ótima opção para sentar e tomar um café, antes de pegar estrada  para voltar  pra casa depois de um dia muito bem aproveitado com natureza, boa comida, lindas paisagens, história e cultura.

Como chegar à cachoeira

Para se chegar, o acesso é fácil. Estando na SP-055, sentido Peruíbe,  ao passar pela Polícia Militar Rodoviária de itanhaém, saia logo em seguida a direita e siga pela marginal. Na segunda a direita, Av. José Batista Campos, entre a direita e siga direto. Desse ponto são aproximados 26 quilômetros. Depois de 12 quilômetros surgirá uma ponte a sua frente, não atravesse, entre a direita sentido Aldeia Rio Branco. Desse ponto são aproximados 14 quilômetros de estrada não pavimentada mas,  carros  e motos conseguem chegar sem problemas. É fácil de chegar.

Depois de atravessar a cidade, a estrada fica tranquila. Foto: Trinity Ronzella

Importante

  • O caminho para cachoeira, saindo da rodovia, não é o mais bonito mas, é uma reta só. Uma paisagem urbana, lombadas, carros, enfim, mas vai gradativamente diminuindo, vira uma estrada asfaltada simples, com quase nenhum movimento e a vegetação vai predominando.
  • Se quiser parar para comer algo, faça isso na área urbana pois depois não existe nenhuma opção e a orientação local é para não levar comida para a trilha. Tem vários botecos para comer um salgado.
  • Levar uma garrafa d’água é uma boa idéia.
  • A caminhada é curta, da para ir de bota de moto.
  • A moto fica no entrada da trilha, onde tinha um monitor. Eu e as outras 5 motos de locais, deixamos o capacete no retrovisor sem problemas. Mas a decisão é sua.
  • Uma roupa de viagem mais leve é recomendado, o calor no litoral normalmente é grande.
  • Saia cedo para aproveitar e voltar ainda com luz natural
  • Se quiser passar o final de semana, também é uma ótima escolha!
A estrada de terra está bem cuidada. Foto: Trinity Ronzella 2023

Fiz esse roteiro no feriado de São Paulo que caiu numa quarta feira, mas ainda tinha bastante gente de férias. Não tive problema com muita gente mas, nos finais de semana deve ter movimento mais intenso.

Obrigado a minha velha amiga Rosa Freitag que topou dar esse rolê comigo e, ainda por cima, colaborou com fotos e vídeos.

Usei calça HLX com proteção e jaqueta HLX verão, foi perfeito para o clima quente do litoral.

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Trinity Ronzella

14 anos fotografando e escrevendo para a Revista Moto Adventure Editor do Moto.com.br Freelancer na Revista Motociclismo Instrutor de Pilotagem Off Road

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