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DE CARRANCAS-MG À PARATY-RJ

A “reta” final

Essa segunda parte da Estrada Real reserva várias surpresas! Mais uma vez, igrejas e cidadezinhas não faltarão pelo trajeto, bem como muitos quilômetros de belas estradas de terra. Existem dois trechos onde a variação de altimetria será grande. A descida das serras de Passa Quatro para  Guaratinguetá e de Cunha para Paraty. Fora isso, será sempre um sobe/desce constante!

Se tiver tempo, sempre tem uma atração próxima a estrada que vale a pena, como no trecho entre Carrancas a Cruzília, o Rio Capivari presenteia os aventureiros com a Cachoeira da Zilda, Poço da Proa e da Esmeralda, todos próximos a estrada que leva a Cruzília, em aproximadamente 70km de estradas de terra repletas de curvas percorrido tranquilamente em 2hs.

Integrante do circuíto turístico das Montanhas Mágicas da Serra da Mantiqueira, Cruzília é conhecida por suas fazendas centenárias e também, por ser o berço dos cavalos da raça Mangalarga Marchador, além de suas indústrias de móveis e queijos.

Seguindo em frente, os próximos destinos serão Baependi e Caxambu, por 24km de terra ou pode-se seguir por asfalto, vai depender do tempo disponível.

Baependi é uma das mais antigas cidades do estado e dentro de seu território encontra-se a Cavalo Baio, quarta maior cachoeira do país com 215 mts. Além disso, o Santuário Serva de Deus atrai centenas de devotos que aproveitam para visitar o túmulo de Nhá Chica, beatificada em 2013 pela igreja católica.

Caxambu, importante estância hidromineral, concentra 12 fontes de águas minerais, gasosas e medicinais. Todas encontradas no Parque das Águas, que oferece outras atrações como saunas, piscinas de hidroterapias, banhos de imersão em água mineral, pedalinhos, etc. O teleférico leva os turistas ao Morro Caxambu, que permite ampla vista da cidade.

De Caxambu a Passa Quatro, serão aproximadamente 200km, passando por São Lourenço, Pouso Alto, Itamonte e Itanhandú, todas cidades mineiras e com boas opções de atrativos, hospedagem e alimentação.

Em Passa Quatro, mais uma Estância Hidromineral com fontes conservadas em suas praças históricas, proporciona um belo passeio para apreciar sua arquitetura com construções do século XIX, fazer um passeio de Maria Fumaça, visitar o Museu histórico e pedagógico Zequinha de Abreu, a Floresta Nacional dentre outros atrativos dessa acolhedora cidade.

O próximo trecho será de Passa Quatro a Paraty, aproximadamente 190km passando por Guaratinguetá, Cunha e finalmente Paraty, já no estado do Rio de Janeiro.

Nesse trecho existem várias opções de entretenimento nas cidades  que podem ser aproveitados, vai depender do tempo e disposição pois, com a proximidade do final, temos que nos controlar para não apressarmos o deslocamento e deixar algum atrativo para trás.

Guaratinguetá, conhecida cidade paulista pelo seu turismo religioso, ganhou fama  com a canonização do Frei Galvão e muitos pontos turístico estão relacionados ao santo. Construções históricas datadas de 1600, fazem parte do conjunto barroco que compõe o Caminho da Fé. Além de, por estar entre as Serra do Mar e Mantiqueira, o turismo ecológico e de aventura ser fortemente explorado na região como mountain bike, paraglider, jeep, rapel, asa delta…entre outros mais. Sendo assim, uma ótima opção de estadia para desfrutar de tudo que a cidade oferece.

Saindo de Guará, (como é conhecida na região) andando ora por estradas de terra e ora pela SP-171, 10km aproximadamente antes de Cunha, as sinalizações da Estrada Real  indicarão uma saída a esquerda, que levará até o centro da cidade por terra, especificamente em frente a Igreja Nossa Senhora da Conceição, um exemplo do barroco paulista datada de 1731.

Após cruzar o centro da cidade, voltará a estrada de terra por mais alguns quilômetros marcados por belas cachoeiras até chegar novamente ao asfalto da SP-171.

É a descida final para Paraty! Contenha os ânimos e vá com calma pois, são muitas curvas e a estrada está totalmente calçada, mas pode haver obras! Aproveite para curtir o visual que terá de Paraty as margens do oceano Atlântico e, se tiver com tempo, desfrutar de um revigorante banho de cachoeira no caminho.

Ao chegar em Paraty, e passar por suas ruas de calçamento muito irregular, o ponto final é em frente a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, uma relíquia que levou longos 86 anos para ser construída, de 1787 até 1873! E mesmo assim não ficou completa, mesmo com D. Pedro II tendo registrado em seu diário quando esteve em visita a cidade: “É grande e faltam torres e consistório. Pedem auxílio(financeiro) à província.”

Em Paraty, com uma boa infra-estrutura turística, opções de entretenimento não faltam, seja em terra com um passeio pelo centro histórico ou pelo mar passando o dia em uma escuna e aproveitando as águas cristalinas da região e suas inúmeras ilhas. Um local para repor as energias, arquivar o volume de informações históricas adquiridas e fechar com chave de ouro.

Onde Dormir:

Passa Quatro: Hotel Pousada São Rafael – Rua Ângelo D’Alessandro, 95 – (35)3371-2211/ (35)3371-2006  –    http://www.hotelpousadasaorafael.com.br

Paraty: Pousada Chácara das Acácias – Estrada Paraty-Cunha, km 2,5 – (24)3371-1561 http://www.pousadadasacacias.com.br/capa.asp

Onde Comer:

Passa Quatro: Bistrô da Roça – Sítio Luz Hortelã – Rodv. MG-158 (35) 9165-7768

Paraty: Restaurante Dona Ondina – Rua do Comércio 32 – (24) 3371-1584

Dica

Na descida de Passa Quatro, ao seguir as placas da Estrada Real, te levará a descer a serra por uma estrada de terra estreita e muito convidativa mas, quando passei, havia uma porteira trancada com cadeado, a alguns minutos do asfalto, tive que fazer o retorno e voltar para descer pelo asfalto.

Em Itamonte, uma boa opção de comida caseira e de propriedade de um motociclista, é o Restaurante Furrier, as margens da Rodovia BR-354.

A estrada de Cunha a Paraty, quando essa matéria foi realizada estava sendo asfaltada, mas isso não facilitou muito devido a falta de faixas e a velocidade dos usuários estarem mais altas. Além disso, no trecho sem asfalto, em obras, a terra mexida na estrada esta sempre húmida e muito lisa. Hoje, julho de 2016, ela já deve ter finalizado.

As distâncias citadas na matéria, foram percorridas durante a execução da mesma, por isso, com certeza haverá diferenças devido a caminhos feito dentro das cidades, idas e voltas para fotografar, enfim, é apenas uma referência, consulte outras fontes como:

http://www.estradarealguiavirtual.com.br

http://www.institutoestradareal.com.br

Moto

Usamos a BMW F800GS Adventure para essa matéria e foi uma ótima escolha. A autonomia nos da a segurança de não ficarmos sem combustível. A ciclística dessa motocicleta é perfeita para o uso em estradas não pavimentadas e os pneus originais enfrentaram todo tipo de terreno. A opção de ligar/desligar o controle de tração nos deixa confiante para enfrentar trechos mais barrentos que podem surgir pelos caminhos. No asfalto a bolha desvia o  vento com eficiência, tornando a viagem mais confortável e a força do motor traz segurança para ultrapassagens. Uma moto que te leva para qualquer lugar com tranquilidade e segurança.

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Trinity Ronzella

14 anos fotografando e escrevendo para a Revista Moto Adventure Editor do Moto.com.br Freelancer na Revista Motociclismo Instrutor de Pilotagem Off Road

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